Mais um dia e eu estou aqui, sozinha.
O amor da minha vida
Era aquele cara, que estava sempre preocupado,
E que passava o dia todo tomando conta das pessoas,
Que estavam se divertindo comigo,
Principalmente das crianças.
E por falar em crianças,
Ah! Como eu gostava de vê-las felizes,
Montando seus castelinhos em minhas areias.
Que por tantas vezes,
Foram destruídos pelas águas,
Assim como, as pegadas dos casais apaixonados
Que apreciavam o anoitecer.
Eu fazia tantas pessoas felizes,
Era tão elogiada por alguns e
Tão maltratada por outros.
Dez anos se passaram e eu continuo aqui.
Lembro-me como se fosse hoje,
Das pessoas poluindo minhas águas
Por pura diversão.
Agora, eu fui interditada, por que minhas águas
Estão impróprias para banho.
Resultado, não recebo mais visitas,
Apenas, a de alguns curiosos que tiram fotos
E falam mal de mim,
Como pude ver em um dos jornais jogados em minha areia,
Assim como, tantas outras coisas.
Não entendo como a situação foi chegar a esse ponto,
Eu costumava os tratar tão bem.
Pena, que eles não me trataram da mesma maneira.
Esse é o meu fim, mas antes de morrer,
Quero apenas dizer:
-Obrigada turista, por me deixar assim!
Thainá Markoski
